segunda-feira, 21 de outubro de 2013

Por que nossas igrejas não têm confessionários?

Dúvida de um jovem seminarista:
Por que nossas igrejas não têm confessionários?


Cân. 964 § 1. O lugar próprio para ouvir confissões é a igreja ou oratório.
§ 2. Quanto ao confessionário, estabeleçam-se normas pela Conferência dos Bispos, cuidando- se porém que haja sempre em lugar visível confessionários com grades fixas entre o penitente e o confessor, dos quais possam usar livremente os fiéis que o desejarem.
§ 3. Não se ouçam confissões fora do confessionário, a não ser por justa causa.

"Todo aquele que interpreta com caridade o Direito, não erra." Paulo VI

Será que a falta de confessionários nas igrejas é uma demonstração de caridade?

quinta-feira, 10 de outubro de 2013

Por que não dizer amém após o Pai-Nosso?



Vamos falar hoje sobre uma situação que você que está lendo já deve ter passado. Trata-se da situação de após o Pai-Nosso, alguém no meio da assembleia dizer “Amém”.
Esta é uma situação muito comum, geralmente as pessoas a fazem por automatismo – pois fora da celebração rezam o Pai-Nosso assim – ou por não saberem os motivos para não rezarem a oração dominical (Pai-Nosso) desta forma.
Se você já fez essa pergunta: “Por que não dizer  amém após o Pai-Nosso?” Vamos esclarecer a sua duvida.
Vejamos o que diz a Instrução geral do Missal Romano (IGMR)  no número 81:
“81. Na Oração dominical pede-se o pão de cada dia, que para os cristãos evoca principalmente o pão eucarístico; igualmente se pede a purificação dos pecados, de modo que efetivamente “as coisas santas sejam dadas aos santos”. O sacerdote formula o convite à oração, que todos os fiéis recitam juntamente com ele. Então o sacerdote diz sozinho o embolismo, que o povo conclui com uma doxologia. O embolismo é o desenvolvimento da última petição da oração dominical; nele se pede para toda a comunidade dos fiéis a libertação do poder do mal. O convite, a oração, o embolismo e a doxologia conclusiva dita pelo povo, devem ser cantados ou recitados em voz alta”.

A oração que se segue ao “Pai-Nosso” é chamada de embolismo, que tem o sentido de continuar a oração com uma petição de mesma intenção da parte final do Pai-Nosso. Ela termina com o povo dizendo “Vosso é o reino o poder e a glória para sempre“.
Resumindo: O amém, na Santa Missa, não é dito assim que termina o Pai-Nosso porque suas petições continuam em sequência. O pedido final do Pai Nosso, "mas livrai-nos do mal", se estende numa ardente súplica pela libertação do mal e pela paz:
"Livrai-nos de todos os males, ó Pai, e dai-nos hoje a vossa paz. Ajudados pela vossa misericórdia, sejamos sempre livres do pecado e protegidos de todos os perigos, enquanto, vivendo a esperança, aguardamos a vinda de Cristo Salvador”.
“Senhor Jesus Cristo, dissestes aos vossos Apóstolos: “Eu vos deixo em paz, eu vos dou a minha paz”. Não olheis os nossos pecados, mas a fé que anima vossa Igreja; dai-lhe, segundo o vosso desejo, a paz e a unidade. Vós, que sois Deus, com o Pai e o Espírito Santo".
Neste momento toda a Igreja proclama: AMÉM!

Enquanto houver católico dizendo AMÉM depois do pai-nosso, o número de protestantes vai continuar a aumentar.

terça-feira, 6 de novembro de 2012

Espaço Celebrativo


Na postagem anterior falávamos sobre a procissão de entrada, nela abordamos os seguintes termos: Átrio, Nave e Presbitério. Pensando em passar um maior entendimento aos leitores iremos dar uma maior explicação sobre os termos.
O Átrio: Muitas igrejas, logo a seguir à porta da entrada, têm um átrio, isto é, um espaço vazio. Isso quer dizer que quem vem de fora não entra logo na igreja. Noutras, este átrio é antes da porta principal. Seja duma maneira ou de outra, é bom que haja um espaço para que as pessoas, quando chegam à casa de Deus, possam ser acolhidas, ou ainda se silenciar.
O formato do átrio tem (como tudo em nossas igrejas) um significado teológico. Observemos seu formato:
Ele é quase que todo quadrangular, a não ser pela parte de cima arredondada. O que isso quer dizer?
O homem em sua imperfeição é o quadrado, mas, Deus em sua perfeição é o circulo, e pelo envio de Seu Filho ao mundo se une ao ser humano para dar a ele a Salvação.

Por isso todas as vezes que entrarmos na Igreja, devemos nos recordar da vinda de Jesus Cristo ao mundo para nossa Salvação.
A Nave: Logo depois de passarmos pelo átrio, podemos ver a nave, é como o povo de Deus que após quarenta anos caminhando, chegam a Terra Prometida, e agora ali podem beber o leite e o mel que saem da rocha (cf Nm 14,8), que é o altar de Deus, o próprio Deus. Sua maior característica é o tamanho, pois é esse o lugar do Povo de Deus. É ai que se realiza o que o senhor nos fala: “Porque onde dois ou três estão reunidos em meu nome, aí estou eu no meio deles.”(Mt 18,20).
Seu objetivo é ser um lugar confortável a todos para a boa participação do povo nas celebrações litúrgicas. Tem esse nome justamente pelo tamanho, assim parecendo um grande navio.



          O Presbitério: Tendo passado pela nave, chegamos a um espaço um pouco menor, o presbitério. Repare que para chegar até ele é necessário que se suba um, dois ou mais degraus, isso para que se distinga da assembleia (cf IGMR 295).
 O presbitério deve ter espaço suficiente para as peças necessárias e para a mobilidade do presidente e dos ministros. Como a nave é o lugar da assembleia, o presbitério é o lugar do presbítero e dos ministros litúrgicos.
É necessário que tenha no presbitério para que ocorra a celebração eucarística: o Altar, o Ambão e a Sédia(cadeira do presidente da celebração), porém, é de grande importância a Credência, onde são colocados os vasos sagrados antes da liturgia eucarística.
 Obrigado pela leitura. Que Deus abençoe.



            

sábado, 3 de novembro de 2012

A Procissão de Entrada


Procissão de Entrada



                Falaremos hoje um pouco sobre a procissão de entrada, ela que juntamente com a procissão das oferendas, é uma das maiores características do Rito Romano.
                Sabemos que desde os primórdios da Igreja, a “Domus Ecclesiae” (Casa da Igreja) é composta de três espaços: o primeiro, o átrio, lugar da acolhida (assim, nos irmãos e irmãs acolhemos o próprio Cristo), local de hospitalidade e onde se cumpre o mandamento do amor (cf. Mt 25,40); a nave, onde a assembleia se acomoda para participar da celebração; e o presbitério, lugar onde acontece a celebração.
Átrio

Presbitério
Nave
               A procissão de entrada como primeira parte do rito deve partir do átrio, passando pela nave, com destino ao presbitério. Devemos lembrar que a procissão de entrada não é apenas um deslocamento físico. A procissão tem como sentido teológico, a igreja, povo de Deus que caminha (cf. Ex 12,37-51).
                Desde o início, a comunidade cristã se percebe caminhante: “Aliás, não temos aqui cidade permanente, mas vamos em busca da futura” (Hb 13,14).
                Para expressar todo o seu sentido teológico, é indicado que enriqueça a procissão com elementos que nos ajudem a compreender a dimensão peregrina do novo povo de Deus, como a cruz, a luz e a Palavra.
Cruz processional
                               A cruz processional, ou seja, cruz da procissão nos ajuda a compreender que, nesta caminhada ao encontro de Deus, é a cruz redentora de Cristo que sempre nos aponta o caminho a seguir. A cruz na procissão vem nos dizer que não é possível ir ao Cristo, senão debaixo de sua sombra redentora. Assim podemos fazer memória do tão conhecido refrão: “Vitória tu reinarás, ó cruz tu nos salvarás”. A cruz nos deve conduzir à certeza de que o Cordeiro Imolado, Jesus Cristo está vivo, e por isso a comunidade está reunida no domingo para fazer memória de sua gloriosa Ressureição.

Círio Pascal
                A luz da procissão de entrada (círio pascal e/ou lucernas) é sinal da certeza que temos de que Jesus caminha conosco. Como caminhou com os discípulos em Emaús e lhes abriu os olhos para que o contemplassem ressuscitado, a presença da luz na procissão de entrada nos da a segurança de que Cristo caminha conosco e nos abre os olhos para que possamos contemplar Sua presença na Palavra proclamada, no altar do sacrifício e no ministro, que agindo “In persona Christi”, preside a assembleia.
Evangeliário
                O livro da Palavra (Lecionário ou Evangiliário) nos traz todo o sentido da celebração que se inicia, pois nele estão as lições (leituras) a serem proclamadas, sendo própria de cada Domingo.
                Evidentemente essa procissão poderá ser enriquecida com expressões simbólicas da comunidade ou da região, desde que não perca todo o seu sentido litúrgico.