terça-feira, 6 de novembro de 2012

Espaço Celebrativo


Na postagem anterior falávamos sobre a procissão de entrada, nela abordamos os seguintes termos: Átrio, Nave e Presbitério. Pensando em passar um maior entendimento aos leitores iremos dar uma maior explicação sobre os termos.
O Átrio: Muitas igrejas, logo a seguir à porta da entrada, têm um átrio, isto é, um espaço vazio. Isso quer dizer que quem vem de fora não entra logo na igreja. Noutras, este átrio é antes da porta principal. Seja duma maneira ou de outra, é bom que haja um espaço para que as pessoas, quando chegam à casa de Deus, possam ser acolhidas, ou ainda se silenciar.
O formato do átrio tem (como tudo em nossas igrejas) um significado teológico. Observemos seu formato:
Ele é quase que todo quadrangular, a não ser pela parte de cima arredondada. O que isso quer dizer?
O homem em sua imperfeição é o quadrado, mas, Deus em sua perfeição é o circulo, e pelo envio de Seu Filho ao mundo se une ao ser humano para dar a ele a Salvação.

Por isso todas as vezes que entrarmos na Igreja, devemos nos recordar da vinda de Jesus Cristo ao mundo para nossa Salvação.
A Nave: Logo depois de passarmos pelo átrio, podemos ver a nave, é como o povo de Deus que após quarenta anos caminhando, chegam a Terra Prometida, e agora ali podem beber o leite e o mel que saem da rocha (cf Nm 14,8), que é o altar de Deus, o próprio Deus. Sua maior característica é o tamanho, pois é esse o lugar do Povo de Deus. É ai que se realiza o que o senhor nos fala: “Porque onde dois ou três estão reunidos em meu nome, aí estou eu no meio deles.”(Mt 18,20).
Seu objetivo é ser um lugar confortável a todos para a boa participação do povo nas celebrações litúrgicas. Tem esse nome justamente pelo tamanho, assim parecendo um grande navio.



          O Presbitério: Tendo passado pela nave, chegamos a um espaço um pouco menor, o presbitério. Repare que para chegar até ele é necessário que se suba um, dois ou mais degraus, isso para que se distinga da assembleia (cf IGMR 295).
 O presbitério deve ter espaço suficiente para as peças necessárias e para a mobilidade do presidente e dos ministros. Como a nave é o lugar da assembleia, o presbitério é o lugar do presbítero e dos ministros litúrgicos.
É necessário que tenha no presbitério para que ocorra a celebração eucarística: o Altar, o Ambão e a Sédia(cadeira do presidente da celebração), porém, é de grande importância a Credência, onde são colocados os vasos sagrados antes da liturgia eucarística.
 Obrigado pela leitura. Que Deus abençoe.



            

sábado, 3 de novembro de 2012

A Procissão de Entrada


Procissão de Entrada



                Falaremos hoje um pouco sobre a procissão de entrada, ela que juntamente com a procissão das oferendas, é uma das maiores características do Rito Romano.
                Sabemos que desde os primórdios da Igreja, a “Domus Ecclesiae” (Casa da Igreja) é composta de três espaços: o primeiro, o átrio, lugar da acolhida (assim, nos irmãos e irmãs acolhemos o próprio Cristo), local de hospitalidade e onde se cumpre o mandamento do amor (cf. Mt 25,40); a nave, onde a assembleia se acomoda para participar da celebração; e o presbitério, lugar onde acontece a celebração.
Átrio

Presbitério
Nave
               A procissão de entrada como primeira parte do rito deve partir do átrio, passando pela nave, com destino ao presbitério. Devemos lembrar que a procissão de entrada não é apenas um deslocamento físico. A procissão tem como sentido teológico, a igreja, povo de Deus que caminha (cf. Ex 12,37-51).
                Desde o início, a comunidade cristã se percebe caminhante: “Aliás, não temos aqui cidade permanente, mas vamos em busca da futura” (Hb 13,14).
                Para expressar todo o seu sentido teológico, é indicado que enriqueça a procissão com elementos que nos ajudem a compreender a dimensão peregrina do novo povo de Deus, como a cruz, a luz e a Palavra.
Cruz processional
                               A cruz processional, ou seja, cruz da procissão nos ajuda a compreender que, nesta caminhada ao encontro de Deus, é a cruz redentora de Cristo que sempre nos aponta o caminho a seguir. A cruz na procissão vem nos dizer que não é possível ir ao Cristo, senão debaixo de sua sombra redentora. Assim podemos fazer memória do tão conhecido refrão: “Vitória tu reinarás, ó cruz tu nos salvarás”. A cruz nos deve conduzir à certeza de que o Cordeiro Imolado, Jesus Cristo está vivo, e por isso a comunidade está reunida no domingo para fazer memória de sua gloriosa Ressureição.

Círio Pascal
                A luz da procissão de entrada (círio pascal e/ou lucernas) é sinal da certeza que temos de que Jesus caminha conosco. Como caminhou com os discípulos em Emaús e lhes abriu os olhos para que o contemplassem ressuscitado, a presença da luz na procissão de entrada nos da a segurança de que Cristo caminha conosco e nos abre os olhos para que possamos contemplar Sua presença na Palavra proclamada, no altar do sacrifício e no ministro, que agindo “In persona Christi”, preside a assembleia.
Evangeliário
                O livro da Palavra (Lecionário ou Evangiliário) nos traz todo o sentido da celebração que se inicia, pois nele estão as lições (leituras) a serem proclamadas, sendo própria de cada Domingo.
                Evidentemente essa procissão poderá ser enriquecida com expressões simbólicas da comunidade ou da região, desde que não perca todo o seu sentido litúrgico.